Atualmente, mais de 200 milhões de meninas e mulheres em todo o mundo vivem com a mutilação genital feminina (MGF). Prática viola direitos humanos e pode até mesmo levar à morte.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou neste mês novas recomendações destinadas a orientar profissionais de saúde a realizar melhor atendimento às mais de 200 milhões de meninas e mulheres em todo o mundo que vivem com a mutilação genital feminina (MGF).
“Os profissionais de saúde têm o papel crucial de ajudar a resolver este problema de saúde global. Eles devem saber como reconhecer e lidar com as complicações de saúde ocasionadas pela MGF”, disse Flavia Bustreo, diretora-geral assistente da OMS, em comunicado.
“O acesso à informação adequada e à boa formação podem ajudar a prevenir novos casos e garantir que as milhões de mulheres que sofrem com a MGF tenham a ajuda que necessitam”, acrescentou.
As recomendações da OMS alertam para a necessidade de esforços internacionais para a interrupção e prevenção da prática, assim como focam no tratamento das complicações obstétricas do procedimento, no tratamento da depressão e da ansiedade, na atenção à saúde sexual feminina e no fornecimento de informação e educação.
A agência de saúde da ONU também alerta contra a chamada “medicalização” do procedimento, recomendando a criação de protocolos e manuais que orientem profissionais de saúde a responder a pedidos de pais ou membros da família sobre o procedimento ou a pedidos de mulheres sobre a re-infibulação após o parto.
De acordo com a OMS, os profissionais de saúde muitas vezes desconhecem as muitas consequências negativas para a saúde que a circuncisão feminina causa.
Além disso, muitos profissionais permanecem inadequadamente treinados para reconhecer a MGF e tratá-la adequadamente. Isso faz com que muitas mulheres sofram, desnecessariamente, as consequências para a saúde física e mental do procedimento.
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